A perspectiva de um designer face ao consumismo e ao aspecto comercial e publicitário do seu trabalho pode ser preponderante na formação de novas mentalidades.
Tal como referiu o Nuno, também eu e muitos dos meus colegas actuamos de forma propositada quando se trata de persuadir o público-alvo apenas com uma imagem, um pequeno lettering e poucos segundos de atenção do observador.
Se pensarmos na quantidade de "lixo gráfico" que a nossa visão capta todos os dias já nem sabemos quantificar...É este o grande problema do design gráfico/ de comunicação da actualidade...a mensagem que não transmite, a coesão que não possui e a confusão que não nos deixa percepcionar o que é realmente importante.
Como futura designer (assim o espero!) penso muitas vezes na possibilidade de passar uma carreira a desempenhar cargos medíocres, por conta de outrem, com funções desadequadas e remuneração quase inexistente...
Contudo, pior do que todas estas possibilidades bem presentes hoje em dia será o facto de se ser obrigado a executar trabalhos com uma linha gráfica oposta à que pretendemos ou viver mediante a (falta de) criatividade do cliente e todos os condicionalismos que ele nos impõe.
Seguindo este raciocínio de forma lógica facilmente chegamos ao tema da minha reflexão: o utilizador ou o consumista?
Tenho portanto duas opções antagónicas:
|afirmar-me num estilo de design de intervenção, com uma mensagem e um receptor consciente (utilizador)
|render-me ao capitalismo centrado na publicidade comercial que, de comunicação não tem nada (nem o preço do produto, que seria o mais importante em tempos de crise!)
Espero conseguir, no futuro, ter uma abordagem positiva e interventiva...o design é também responsável pela crise que, sendo económica, é fruto da"crise" de valores e princípios por que estamos a passar.
Não se trata apenas de nos opormos às convenções consumistas que nos "aspiram o cérebro". É algo que já nos ultrapassa.
Para finalizar...o que dizer do Packaging?
Poluição Visual ou Ambiental?!...
(*) http://www.nunocoelho.net/