Há pessoas que nos deixam, momentos que nos marcam, saudades que nos assolam...
Se a Vida nos ensina e molda às suas necessidades e contratempos, é também ela que não nos poupa de um grande pesar.
Devia ser algo tão natural como nascer mas, socialmente, a morte é um assunto com o qual não conseguimos ainda lidar.
Cada vez que me cruzo com uma situação destas sinto mais dificuldade em reagir e, entre a apatia e a triste tranquilidade, sinto que a minha alma se esvazia.
Perdi hoje o meu avô. O exemplo de vida, força e coragem que me deu até aos seus últimos dias são uma inspiração.
O meu carácter exigente e lutador e a sua personalidade rígida e altruísta uniam-se quando falávamos de ambições e objectivos profissionais.
A maior satisfação que podia ter era ver os netos a conseguir vencer na vida e isso reflectia-se no brilho dos seus olhos.
Sendo uma pessoa culta permitiu-me um sem fim de conhecimentos, formação e interesses artísticos, associativos e culturais diversificados.
O sofrimento que passou nos últimos anos e, em particular, nos últimos dias, não se reflectiu na sua atitude, sempre calma.
Foi meu avô, insubstituível que me deixa um legado cultural e de valores muito rico; essa é a verdadeira herança. Obrigada Vô...
[A minha possível homenagem]
