segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pequenos Bombons


Não sei se estou a ficar demasiado nostálgica mas a verdade é que tenho sentido a necessidade de parar, escrever e registar alguns momentos marcantes.
Este foi um fim de semana cheio, cheio de actividades, cheio de alegria, cheio de coisas boas e agradáveis notícias.
É bom quando sentimos a felicidade dos outros como se fosse nossa, é óptimo vermos o melhor nas pequenas coisas e sabermos que, no meio de tanto mal, a nossa vida continua a ser um privilégio.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Bon Camiño



Santiago foi um admirável homem que percorreu a pé e a cavalo alguns dos mais bonitos locais da Europa.

A sua importância é tal, na Igreja Católica, que o caminho por ele percorrido é actualmente a terceira maior peregrinação, depois de Jerusalém e Roma.

Milhares de pessoas partem diariamente nas aventuras de Santiago, com diferentes motivações.

Não existem alturas certas para se iniciar a peregrinação. A pé, a cavalo ou sobre rodas, os Caminhos de Santiago permanecem à disposição dos peregrinos todo o ano, marcados pela transformação natural inerente às mudanças de estação e condições climatéricas.

Há quem prefira caminhar sozinho, há quem vá em grupo. Há os que o fazem em silêncio e os que não dispensam o convívio ou uma boa música a acompanhar. No fundo, o caminho permite-nos experimentar todas estas "modalidades" e leva-nos a uma explosão de emoções.

Comigo foi assim... nos cinco dias de Caminho, em grupo, com uma mochila cheia de coisas (que agora entendo como supérfluas) consegui experimentar um conjunto de sentimentos muito distintos.

As grandes caminhadas são metáforas e significam a vida, os pontos altos e baixos, as dificuldades, as partidas e as chegadas, as companhias, os momentos de solidão,...

Esta, que para mim foi enorme, foi também a forma mais imediata de perceber que o esforço faz parte do trajecto, que cada momento conta por si só e devemos vivê-lo sem vergonha das nossas fragilidades.

Viver é aprender a aceitar o quão frágil somos e reconhecer a nossa força quando nos deparamos com o que de menos bom existe.

Caminhar é também conhecer pessoas, observar outras realidades e estar suficientemente aberto para aceitar as diferenças de quem connosco "vai andando".

O Caminho de Santiago em época de Páscoa traz também novas condicionantes e com isso a necessidade de procurar a verdadeira motivação do caminho sem nos deixarmos levar pela pressa de chegar.

No rescaldo dos quilómetros percorridos vem-me também à memória o contacto com as pessoas das diferentes localidades por onde passámos, a prontidão das informações, a motivação e a célebre frase: "Bon Camiño".